Quando busca alimento, o organismo unicelular conhecido como Blob (o Physarum polycephalum, que em tempos foi considerado um fungo) constrói redes complexas que fazem lembrar teias, e que lhe servem para descobrir o melhor caminho para a sua próxima refeição. De forma similar, a gravidade, ao moldar o Universo, deu origem a uma vasta estrutura que lembra uma teia de aranha e que reúne galáxias e grupos de galáxias ao longo de filamentos quase invisíveis com centenas de milhões de anos-luz de comprimento.
Astrónom@s nos EUA descobriram a semelhança entre as duas estruturas, uma com origem na biologia e na evolução, e outra derivada da gravidade.
Inspirado pela forma como o blob age, um grupo de astrómo@s criou um novo algoritmo, ou seja, uma receita que diz a um computador qual deve ser exactamente o caminho a seguir para resolver um problema. Este algoritmo ajudou-@s a cartografar a estrutura de grande escala do Universo.
Podemos imaginar que as galáxias são como aldeias e vilas, os grupos de galáxias como cidades e os supergrupos são como os países em que se situam essas cidades e vilas. Mas a história não acaba aí. O conjunto de todos os supergrupos de galáxias forma aquilo a que se chama a Teia Cósmica.
Esta Teia Cósmica é aquilo que o grupo de cientistas está a tentar estudar e visualizar, usando para isso dados do Telescópio Espacial Hubble (uma colaboração entre a NASA e a ESA) e a ajuda do comportamento do Blob.
A espinha dorsal do Universo é constituída por esta teia cósmica. Ela é feita principalmente de matéria escura, rodeada de gás, os materiais que observamos nas galáxias. Apesar de não podermos ver a matéria escura, esta constitui a maior parte do Universo.
Se a Via Láctea fosse uma semente de sésamo, a teia cósmica do Universo observável seria das dimensões da Grande Pirâmide de Gizé.