As estrelas mais quentes do Universo, que são também das maiores, chamam-se estrelas de Wolf-Rayet. Tal e qual como o Lobão na história dos Três Porquinhos, estas estrelas inspiram e inspiram mais ainda, enchem os pulmões, e depois soltam poderosos sopros de gás escaldante.
Quando duas delas se juntam, o vento combinado de ambas dá origem a poderosas tempestades em pleno espaço. São milhares de vezes mais fortes do que qualquer coisa do género que tenhamos visto aqui na Terra, e provocam a formação de gigantescas nuvens de poeira cósmica.
Estas nuvens são uma visão frequente no espaço, mas uma assim como a da imagem, em espiral, a fazer lembrar um moinho de vento de papel, nunca tinha sido vista. Foi criada por duas estrelas de Wolf-Rayet a orbitarem em conjunto.
À medida que dançam uma à volta da outra, uma delas gira mais rapidamente do que a outra. Aliás, gira tão depressa que quase se desfaz! Isto é muito interessante, porque as estrelas de Wolf-Rayet estão nas fases finais das suas vidas, a caminho de explodirem como violentas supernovas.
E se uma estrela estiver a girar suficientemente depressa quando explode, a sua morte espectacular resulta na mais energética explosão no Universo: uma rajada de raios gama.
Estas rajadas são enormes fluxos de energia, que brilham mais do que qualquer outra coisa no Universo. Se um deles ocorresse perto da Terra, a energia libertada torraria o nosso planeta num instante.
Felizmente, todas as rajadas de raios gama que detetámos até agora ocorreram em galáxias distantes, apesar de serem suficientemente brilhantes para serem vistas da Terra. Ainda assim, há possibilidades de que esta estrela de Wolf-Rayet que está a girar rapidamente acabe por criar a primeira rajada de raios gama vista na nossa galáxia!
No interior destas agitadas nuvens, geradas em torno destas duas estrelas de Wolf-Rayet, há ventos que sopram a velocidades de 12 mihões de km por hora. O que é cerca de 40000 vezes mais veloz do que os ventos dos mais fortes furacões registados na Terra!