Quer se trate de um pedaço de pão ou de rocha espacial, a melhor forma de conservar alguma coisa é colocá-la no congelador.
O nosso Sistema Solar tem o seu próprio congelador: a Nuvem de Oort. A Nuvem de Oort é um grupo gigantesco de cometas para lá da órbita de Neptuno. Como esta zona está muito longe do calor do Sol, as temperaturas podem descer abaixo de -250 ºC!
Este lugar frio e escuro é ideal para conservar relíquias antigas dos primeiros dias do Sistema Solar, incluindo o cometa Manx.
Apesar do seu nome, pensa-se que o cometa Manx é na realidade um asteroide. Os asteroides são fragmentos de rocha que resultaram da formação dos planetas rochosos do nosso Sistema Solar (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte).
O cometa Manx nasceu perto do Sol há 4500 milhões de anos, ao mesmo tempo do que a Terra. Pouco depois, este pobre asteroide foi lançado até à escuridão do limite do Sistema Solar. Milhares de milhões de anos mais tarde foi descoberto por acaso quando regressava até ao Sol.
Recentemente, o cometa Manx foi expulso da Nuvem de Oort com uma trajetória que o aproxima mais do Sol. Na sua nova órbita, o cometa Manx passará voando pela nossa zona do Sistema Solar em cada 860 anos!
O nosso Sistema Solar contém milhares de asteroides, todos eles “cozeram” ao passar milhares de milhões de anos próximo do Sol, exceto o cometa Manx. O cometa Manx conservou-se na Nuvem de Oort, o melhor congelador que o nosso Sistema Solar pode oferecer!
Este é o primeiro asteroide não “cozido” observado. É um fóssil perfeito dos tempos em que o Sistema Solar era muito jovem e poderá revelar novas e emocionantes informações sobre como apareceu o nosso lugar no Universo.
Quando os cometas viajam próximo da Terra, uma parte do seu gelo sublima devido ao calor do Sol, criando uma maravilhosa “cauda” que ilumina o céu noturno. O cometa Manx não é formado do mesmo material que os outros cometas e por essa razão não tem cauda. Recebeu assim o nome do famoso gato sem cauda “Manx”.