O famoso detetive Sherlock Holmes leva sempre consigo uma lupa, pronta a revelar qualquer evidência escondida mas crucial para a resolução do mistério.
Tal como Sherlock, os astrónomos também utilizam lentes para aumentar a nossa visão do mundo - utilizam telescópios.
Mas, muito ocasionalmente, os astrónomos deparam-se com um fenómeno cósmico que cria naturalmente o efeito de uma lupa, aumentando a nossa visão. Estes eventos especiais permitem-nos ver objetos distantes que de outra forma não seriam visíveis!
Albert Einstein foi o primeiro a prever a existência destas lupas cósmicas. Referiu que a luz nem sempre viaja em linha reta, curvando-se em torno dos objetos com uma gravidade suficientemente forte - de forma semelhante ao que fazem as lentes de um telescópio, que desviam e focam a luz.
Hoje em dia sabemos que a previsão de Einstein estava correta. Estruturas maciças, tais como galáxias e enxames de galáxias, podem defletir a luz dos objetos que se encontram por trás delas, devido à sua forte força gravitacional. Este fenómeno é chamado “lente gravitacional”.
Graças a uma “conveniente” galáxia-lupa e doze telescópios, os astrónomos têm feito algum trabalho de detetive, ao estilo de Sherlock Holmes. Descobriram o que são os remanescentes de uma tremenda colisão que ocorreu há muito tempo entre duas galáxias. À medida que estas galáxias colidem e fundem diante dos nossos olhos as ondas de choque provenientes do impacto despoletam um intenso nascimento de novas estrelas! Observe-o na imagem!
A razão da imagem aparecer tão desfocada prende-se com o facto de estas galáxias estarem na realidade muitíssimo distantes. Esta colisão galática aconteceu há 7 milhares de milhões de anos, quando o Universo tinha metade da idade atual, e desde então a luz destas galáxias tem viajado pelo espaço para produzir esta imagem!